Rede em Pernambuco promove a valorização de produtos orgânicos e agroecológicos
Por: Fundação Banco do Brasil| Notícias| 07/10/2019Projeto atende agricultores familiares de 14 municípios, contribui para o fortalecimento da Rede e suas organizações, a partir da ampliação
dos canais de comercialização e fortalecimento da relação com os consumidores
Ampliar os canais de comercialização da Rede Espaço Agroecológico, a partir da qualificação dos produtos agroecológicos e orgânicos, mobilizar o maior número de agricultores familiares com o desenvolvimento de novos empreendimentos e promover o empoderamento e a auto-organização política e econômica de mulheres e jovens da Rede. Esses são os principais objetivos do projeto Rede Espaço Agroecológico: Campo e Cidade construindo o Bem Viver, do Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá.
O projeto foi selecionado no Programa de Fortalecimento e Ampliação das Redes de Agroecologia, Extrativismo – Ecoforte, uma parceria da Fundação Banco do Brasil e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e recebeu o investimento social de R$ 496 mil para beneficiar 237 agricultores/as familiares de 14 municípios pernambucanos: Recife, Olinda, Paulista, Abreu e Lima, Igarassu, Itamaracá, Jaboatão dos Guararapes, São Lourenço da Mata, Camaragibe, Vitória de Santo Antão, Chã Grande, Feira Nova, Bom Jardim e Lagoa do Itaenga.
A comercialização dos produtos será feita por meio de dois empreendimentos da Rede: o Grupo de Consumo Responsável (GCR) – uma iniciativa gerida por um coletivo de agricultores/as e consumidores que busca promover relações solidárias entre quem produz e quem compra, de modo que os produtos comercializados sejam valorizados pelos efeitos benéficos desse circuito sobre o meio ambiente, a economia local e as pessoas; e a Agroecoloja, um negócio social criado pela Rede Espaço Agroecológico e pelo Centro Sabiá, onde a população recifense pode encontrar em horário flexível, alimentos agroecológicos provenientes da própria Rede e de outros parceiros do campo agroecológico de todo país.
Além de uma loja física na cidade de Recife (PE), o escoamento da produção também acontece por meio das cinco feiras que a Rede possui. Nesses espaços os consumidores encontram uma grande variedade de produtos agroecológicos e orgânicos.
Semeando conquistas
No primeiro edital do Programa Ecoforte que a Rede foi contemplada, o investimento da Fundação BB e do BNDES serviu para ampliar a capacidade produtiva, a partir da construção de cozinhas experimentais para o beneficiamento da produção, aquisição de maquinários, veículos e assessoria técnica.
Foi no ano de 2003, que João Ribeiro conheceu a Rede Sabiá, após voltar a sua terra natal, a Comunidade Sítio Feijão, município de Bom Jardim, que fica cerca de 100 quilômetros de Recife. Em 1997, ainda muito jovem foi morar em Recife em busca de trabalho e planos de dar a família melhores condições de vida. Mas o caçula de dez irmãos teve que voltar para cuidar dos pais que estavam com idade avançada. Na época, trabalhando na lavoura de forma convencional, foi convidado a fazer parte da Associação de Agriculcutures/Agricultoras Agroecológicos de Bom Jardim – Agroflor, uma das entidades que compõem a Rede Sabiá e passou a acompanhar as atividades e intercâmbios.
Em 2013, João, que é um dos 120 associados da Agroflor, iniciou sua produção agroecológica de hortaliças e frutas diversas, com a colaboração da esposa e dos dois filhos adolescentes. “Duas vezes por semana a Agroflor recolhe a minha produção e dos outros associados e leva para ser comercializada na loja da Rede. Eu também vendo na Feira de Boa Viagem, em Recife. A gente trabalha duro para que o projeto seja um sucesso. Ter um lugar para entregar a produção ajuda muito. A Rede é muito importante para os agricultores da base agroecológica”, declarou.
“Hoje, o Programa Ecoforte, voltado às redes de agroecologia no país, tem papel central no fortalecimento da agricultura familiar e para a ampliação da produção sustentável de alimentos. A agroecologia é um campo que consegue garantir todo um ciclo virtuoso com sua produção que fortalece a economia local, respeita o meio ambiente e promove saúde às pessoas que acessam cada vez mais comida sem veneno e a preços justos. Todo esse processo, sem dúvidas, tem grande impacto na soberania e segurança alimentar e nutricional do povo brasileiro”, destaca Davi Fantuzzi, assessor de Mercados no Centro Sabiá e Coordenador da Comissão de Produção Orgânica de Pernambuco (CPOrg-PE).