Presença de atletas no investimento social privado representa mudança na percepção do papel do esporte na sociedade

Por: GIFE| Notícias| 25/03/2024

A presença de atletas de diversos nichos no investimento social privado é uma realidade que tem se ampliado a cada dia mais. Na última semana, o hexacampeão mundial de skate, Sandro Dias, anunciou o lançamento do seu instituto para oferecer aulas da modalidade gratuitamente para crianças e adolescentes em vulnerabilidade social. Em fevereiro, o bicampeão mundial de surfe, Filipe Toledo, anunciou o lançamento do Instituto FT77 com foco no mesmo público.

Eles não são os primeiros. Nomes como Vini Jr., Paulinho, a ex-ginasta Daiane dos Santos, a ex-jogadora de vôlei Ana Moser, entre outros, compõem essa lista. 

“O envolvimento de atletas em projetos sociais representa uma mudança significativa na maneira como percebemos o papel do esporte na sociedade. Ao se associarem a causas como educação, saúde e desenvolvimento comunitário, eles utilizam sua influência para promover mudanças positivas.”, explica Felipe Pitaro, gerente de projetos da Fundação Gol de Letra

A fundação foi criada pelos ex-jogadores de futebol Raí de Oliveira e Leonardo, para contribuir com a educação de crianças e jovens de comunidades em situação de vulnerabilidade.

Para Felipe Pitaro, essa tendência reflete uma evolução na mentalidade dos atletas. O gerente acredita que, entre as motivações, é possível observar que muitos são impulsionados por experiências pessoais, tendo vivenciado adversidades ou desafios em suas próprias vidas ou, “como foi o caso do Raí ao morar na França como jogador do PSG, tendo a oportunidade de vivenciar uma realidade diferente, mais justa e igualitária, e querer replicar essa realidade em seu local de origem.”

É possível observar que a maior parte das áreas de atuação escolhida pelos esportistas, é a educação, com foco em crianças e adolescentes e visando reduzir as desigualdades sociais. Na avaliação de Felipe Pitaro, a relação entre esporte e educação é profundamente interconectada, especialmente através dos valores que promove, como disciplina, trabalho em equipe e resiliência.

De acordo com dados do Censo GIFE 2022 – 2023, 20% das organizações respondentes atuam na área temática de esporte e lazer, no índice de múltiplas respostas.

Entre os critérios para que fundações e iniciativas com esse propósito sejam bem sucedidas, Pitaro destaca a necessidade de investimento constante em formação de equipes, sistematização de processos de gestão, comunicação, captação e transparência na aplicação dos recursos. O gerente alerta que instituições de atletas acabam estigmatizadas como possíveis celeiros de talentos, e esse não é o propósito

“O esporte tem poder educacional legítimo e, quando aplicado em projetos de metodologia consistente, promove transformações que vão muito além de medidas de senso comum, como o famoso ‘tirar crianças, adolescentes e jovens das ruas’. Garantir o direito à educação, lazer, esporte, cultura e desenvolvimento saudável deve ser uma premissa das organizações”, finaliza.

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