Autonomia feminina

Por: Fundação Banco do Brasil| Notícias| 30/03/2020

 

Esta história começa em 2010, na cidade de Ouro Preto do Oeste (RO), município localizado a 323 km de Porto Velho. Alvina, Andreia, Isabel, Josi e Fernanda não imaginavam que com a venda de trufas de chocolate elas poderiam montar uma pequena agroindústria para produção de frangos.

A ideia surgiu como alternativa de renda própria para obterem autonomia dos companheiros. Então, veio a oportunidade de fazer um curso de ovos de páscoa e trufas. Começaram a vender as trufas no centro da cidade e com o dinheiro arrecadado compraram os primeiros pintinhos. Assim nasceu a Associação de Mulheres da Agricultura Familiar – Amaf.

A escolha pela criação de aves surgiu para suprir uma demanda da região, que é conhecida pela produção de gado leiteiro, conta Lilian Barbosa, técnica da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – Emater na região. “Os maridos já trabalhavam com a produção de leite. Então elas decidiram pelo frango porque aqui tem uma boa saída e é uma atividade que elas já dominavam o processo” conta Lilian.

Um processo árduo – alimentar as aves, cuidar por 65 dias, depois disso começar o abate, congelar e distribuir para os pontos de venda. E ainda tinham de vencer o  desafio de  obter o selo municipal e estadual para comercialização nos mercados da região.

O apoio de R$ 245 mil da Fundação Banco do Brasil em  2019, a partir de um Projeto de Inclusão Socioprodutiva (PIS),  para a  modernização da agroindústria ajudou a associação a conseguir o selo municipal.

“Elas construíram o lugar, ganharam equipamentos, fizeram cursos de qualificação, visitaram outros abatedouros para saberem o que precisavam, se ajustaram e conseguiram o apoio da Fundação BB e o selo do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) para comercialização “, avalia Lilian Barbosa.

Unidas na produção

A granja  que começou de forma artesanal, agora vai ser modernizada para se tornar uma agroindústria. O investimento social da Fundação BB vai possibilitar a compra de mesas para a preparação das aves. Além de câmara fria, ultracongelador e uma lavadora de alta pressão. Para o armazenamento dos frangos, será construída uma pequena subestação com um transformador com 45 kilowatts (kw) de potência.

Maria Isabel Biancardi, tesoureira da associação, diz que a estrutura utilizada  na produção não tem capacidade elétrica suficiente para todos estes equipamentos industriais. O apoio da Emater e da Fundação Banco do Brasil foi de fundamental importância pois foi por meio deles que verificou-se a necessidade de uma pequena subestação para armazenarem os frangos até eles serem vendidos. “Às vezes a gente ficava tratando das aves por três, quatro meses, porque não tínhamos espaço para guardar. Agora este problema será resolvido”, conta Isabel.

Para a comercialização, a associação receberá um carro para fazer a logística. Atualmente, a  Amaf produz 500 aves por mês e a expectativa é que possam triplicar a produção. “Estamos em negociação com uma grande rede de supermercado da nossa região para vendermos para eles. Assim que conseguirmos a licença estadual, devemos fechar esta parceria”, avalia Isabel.

Quando ela é questionada se valeu a pena vender os chocolates para produzir frango, ela finaliza: “Sim, valeu a pena. Só o fato de ganharmos o nosso dinheiro e não dependermos dos nossos maridos, já é uma benção” afirma.

Publicado por: Fundação Banco do Brasil


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