Brasil é o primeiro país do mundo a monitorar o desenvolvimento sustentável de todas as suas cidades

Por: GIFE| Notícias| 15/08/2022

Desde 2007, o Instituto Cidades Sustentáveis atua para o desenvolvimento justo e sustentável das cidades no Brasil. Com o lançamento do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades em julho deste ano, o Instituto fez do Brasil o primeiro país do mundo a monitorar e avaliar o desenvolvimento sustentável de todas as suas cidades. 

Para Jorge Abrahão, coordenador geral do ICS, ter 85% da população vivendo em cidades, como é o caso do Brasil, faz com que elas sejam um importante agente de transformação. Assim, avançar no desenvolvimento sustentável das cidades é colocar o país na mesma direção.

O levantamento é feito a partir dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). O índice reúne dados em cruzamento com mais de 100 indicadores, permitindo verificar o grau de desenvolvimento de cada uma em relação a cada ODS. 

O coordenador aponta três possibilidades trazidas pelo índice. A primeira é tornar possível um olhar panorâmico da cidade, e assim ter a visão integrada dos seus problemas. “Os prefeitos estão resolvendo emergências, e não tem tempo de olhar a cidade como um todo. É importante enxergar as fragilidades e virtudes para redefinir recursos, energia, prioridades para equilibrar a cidade.”

O segundo ponto é o Ranking ODS, que pode promover um aprendizado mútuo entre as cidades. O terceiro ponto é um mapa interativo, onde é possível verificar as desigualdades territoriais, funcionando como uma ferramenta que auxilia na tomada de decisões e na implementação de ações por parte dos governos.

Desequilíbrio Regional

O levantamento do ICS revela uma grande distância entre os índices alcançados pelos municípios do Sudeste e Norte do país. Enquanto as 10 cidades com melhor desempenho estão localizadas em São Paulo, 43 das 100 piores ranqueadas ficam no Pará.

“É chocante a diferença entre o nível de desenvolvimento do Norte e Nordeste em relação ao Sul e Sudeste. O Brasil é um dos países mais ricos do mundo em produção de riqueza, mas um dos mais desiguais”, lamenta o coordenador. 

A expectativa de Jorge Abrahão é que a visibilidade de dados promova a definição de novas prioridades, em que as cidades mais vulneráveis e com menor grau de desenvolvimento recebam mais atenção e investimento. 

A intenção é realizar o índice anualmente, e assim colher os dados para verificar as cidades que estão evoluindo e as que estão retrocedendo. Jorge Abrahão cita também entre os caminhos para subir no ranking, o uso de uma plataforma disponibilizada pelo ICS. “As cidades podem aplicar essa plataforma com planejamento integrado, guias orientadores, boas práticas e estruturar um processo em que consigam avançar.”


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