Brasil tem um longo desafio para conquistar igualdade de acesso ao SUS

Por: GIFE| Notícias| 27/02/2023

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

No Brasil, 71,1% da população já buscou atendimento público de saúde. Deste total, 47,9% apontaram as Unidades Básicas de Saúde como sua principal porta de entrada aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados são de uma pesquisa do Ministério da Saúde, realizada em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022.

O redeGIFE conversou com as organizações da RT de Saúde sobre as prioridades da agenda para 2023. A superintendente da Umane, Thaís Junqueira, acredita que o Brasil possui grandes desafios e enfatiza o crescimento da mortalidade materna, que, segundo dados do Ministério da Saúde mapeados pelo Observatório Obstétrico Brasileiro, aumentou 94,4% durante a pandemia. Em 2021, a taxa de mortalidade materna para cada 100 mil nascidos vivos foi de 107,53, sendo que em 2019, ano anterior à pandemia, essa mesma taxa era de 55,31.

“Também destacaria os desafios nacionais da vigilância em saúde num contexto de pandemia, o reforço do programa nacional de imunização, da saúde da mulher frente a desigualdades de gênero e a oportunidade de aprimorar o uso e a integração dos dados na Saúde Digital.”

Já a gerente de investimento social da Raia Drogasil, Maria Izabel Toro, reforça a importância do olhar para a saúde mental, atenção aos povos originários e o combate à fome e à insegurança alimentar.

“A gente precisa pensar em ações mais efetivas de saúde mental não só para tratamento, mas também para prevenção. A atenção aos povos originários olhando mais para a saúde indígena, quilombola, ribeirinhas e a questão do combate à fome e insegurança alimentar que influencia diretamente na saúde das pessoas.”

O ISP tem papel fundamental na busca por equidade no acesso à Saúde no Brasil

O Investimento Social Privado (ISP) pode contribuir no acesso à saúde ampliando os repasses de investimentos para a área de forma constante. Para Maria Izabel Toro, é necessário um olhar estratégico para onde serão aplicados os fundos, além de formar parcerias com outros tipos de investimentos. Além disso, é preciso que os apoios emergenciais não findem sem que haja uma solução real para as problemáticas.

“É importante a gente olhar para a saúde quando os holofotes saem de cena, quando ninguém está doando, o investidor social precisa permanecer e monitorar essas ações.”

Para Thaís Junqueira, o investimento social pode contribuir para o segmento da Saúde de diversas formas. “O ISP pode contribuir com nosso sistema de saúde de diversas formas, seja com apoio técnico a programas, advocacy, fomento a inovações e pilotos nos territórios, estudos e avaliações”, aponta.


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