Centro de Documentação Histórica da Fundação Romi celebra mais um ano de história
Por: Fundação Romi| Notícias| 11/12/2017Às vésperas dos 200 anos de Santa Bárbara d´Oeste, completando mais um ano de existência, o Centro de Documentação Histórica da Fundação Romi acumula números impressionantes: são 270.000 páginas de jornal, 3.710 documentos textuais, 50.708 fotografias, 22.804 recortes de jornais e 2.621 catálogos. São textos, fotos e áudios que “contam” a história desta bicentenária cidade.
Além deste riquíssimo banco de dados, disponível para consulta virtual gratuita, através do portal web da Fundação Romi, o CEDOC também expõe, em seu espaço físico, peças de sítios arqueológicos, relata a história da fundadora da cidade, Maria da Graça Martins, pontua a chegada dos imigrantes americanos e italianos, retrata as usinas açucareiras, a expansão industrial da cidade, exalta o Romi-Isetta e Toro, primeiro carro e o primeiro trator, ambos de fabricação nacional. Ou seja, a história de Santa Barbara d´Oeste se mantém viva nos arquivos e espaços do CEDOC da Fundação Romi. Seu acervo preserva registros que datam desde o fim de 1850 até os dias atuais.
Inaugurado em 7 de dezembro de 2009, o Centro de Documentação Histórica da Fundação Romi é um espaço vivaz e dinâmico, onde realiza oficinas culturais de Educação Patrimonial para mais de oito mil crianças e jovens do Ensino Fundamental e Instituições Assistenciais ao ano. Realiza também o Processamento Técnico de todos os documentos recebidos e ainda recebe exposições e palestras, promove visitas monitoradas e técnicas, oficinas de capacitação e experimentação. São mais de 17mil pessoas beneficiadas, ao ano, por seus serviços prestados.
Segundo a Coordenadora do CEDOC, Sandra E. de Souza Barboza, para que tudo isso seja reunido, preservado e compartilhado, o processamento técnico precisa acontecer. “Ele é a atividade de tratamento do acervo documental. É aqui que todo esse conglomerado histórico – impactante, divertido, inusitado, curioso, educativo e tantos outros adjetivos – passa pela triagem, identificação, catalogação, digitalização, higienização e acondicionamento. É, a partir desse trabalho do CEDOC, que toda a preservação da história local e disponibilização gratuita à população acontece”.
Enquanto espaço educacional, o CEDOC promove, com a Educação Patrimonial, nesses seus oito anos de existência, momentos de interação entre os estudantes, os professores e as fontes de aprendizagens que estão sob sua guarda. Cheio de interatividade, proporciona ações estimulantes que vão desde jogos lúdicos, resolução de enigmas e desafios investigativos até ações extramuros. Tudo isso voltado à preservação da memória de Santa Bárbara d´Oeste. “Queremos levar o acervo do CEDOC, a história de Santa Bárbara d´Oeste e região, salvaguardada em nossa instituição, às escolas e aos espaços de acesso público. Para além de receber visitantes, almejamos levar memórias ao maior número de pessoas”, entusiasma-se Sandra.
Assim compreendido, o Centro de Documentação Histórica extrapola os muros da própria Fundação Romi, firmando-se como um lugar alternativo à aprendizagem, disponibilizando informações sobre seus acervos, fomentando pesquisas e o contato com outros universos culturais; é desta forma que o Centro de Documentação Histórica da Fundação Romi dedica-se ao passado, desempenhando papel fundamental no reconhecimento e na construção da identidade municipal.
Origens do CEDOC
Desde 2009 o CEDOC vem salvaguardando o passado histórico de Santa Bárbara d’Oeste e região, mas sua própria história começa antes. A essência do Centro de Documentação Histórica inicia-se com um anúncio publicado no Jornal D´Oeste, em 7 de junho de 1964, intitulado “História da Cidade”. Nele, o Sr. Alvares Romi fazia um convite à cidade para que doassem à Biblioteca da Indústria Romi, álbuns, fotografias e documentos antigos. Segundo ele, era para que a Fundação Romi tivesse “um roteiro histórico de Santa Bárbara d´Oeste e de seus filhos ilustres”. A partir de então, teve início, como Arquivo Histórico, a guarda do acervo que mais tarde viria a fazer parte do CEDOC.
O prédio onde o CEDOC está hoje instalado foi construído para abrigar o Centro de Aprendizagem Industrial desenvolvido pela Fundação Romi em parceria com o SENAI – Serviço Nacional da Indústria. Sua construção teve início em 1959 e foi inaugurado em 29 de Junho de 1960. O que poucos conhecem é que o edifício foi projetado pelo arquiteto Lúcio Grinover, importante figura da primeira geração de arquitetos modernistas brasileiros, cuja série de edifícios educacionais e profissionalizantes, ao lado de Roberto José Goulart Tibau, também revolucionou a produção da arquitetura com edificações expressivas e linguagem moderna.
Em 2003 a Fundação Romi decidiu reestruturar a organização do acervo para, não somente preservar o passado histórico de Santa Bárbara d’Oeste e região, mas também democratizar o acesso e a disseminação dessas informações ao público em geral. Foi então que nasceu o Projeto do Centro de Documentação Histórica – CEDOC. Realizou-se o diagnóstico do acervo com um inventário da documentação existente, a adoção de parâmetros de organização e critérios internacionais de preservação e, estabelecimento de meios e formas de compartilhamento com a comunidade. A partir de 2004, com o incentivo do Ministério da Cultura através da Lei Rouanet, o CEDOC ganhou estrutura física e organizacional com recursos tecnológicos compatíveis com as necessidades exigidas no projeto de guarda, preservação e disponibilização do seu acervo. Desde então a Fundação Romi vem garantindo a manutenção do espaço CEDOC e a efetivação de sua missão.
Antes mesmo da inauguração do CEDOC, a Fundação Romi, já vislumbrava que a Educação Patrimonial seria a forma de mediar a relação do público com o espaço expositivo, de modo a resgatar e criar nele um vínculo afetivo com a história da cidade. Esse envolvimento afetivo com a história permite uma atenção maior da comunidade, no que diz respeito à sua participação no destino do seu município. Uma postura crítica frente às questões ambientais, o uso de recursos naturais, a contribuição para o desenvolvimento econômico, social e cultural da localidade em que vivem, será cada vez maior quanto melhor conhecerem o histórico da cidade e o que algumas personalidades realizaram, no passado, na construção do que hoje é Santa Bárbara d´Oeste.