Ninho Musical é apresentado em Simpósio Internacional de Gestão de Projetos

Por: Fundação Romi| Notícias| 13/11/2017

 

Nascido em São Paulo, capital, o pesquisador Felipe Salles apresenta a didática da oficina musical “Ninho Musical”, projeto da Estação Cultural da Fundação Romi, em Simpósio Internacional de Gestão de Projetos – IV SINGEP. Graduado em Engenharia de Produção pelo Mackenzie e em Música pela Faculdade Santa Marcelina, Felipe estudou guitarra-jazz, violão popular e violão clássico. Antes da faculdade tocou em bandas cover de Rock´n´Roll como Led Zeppelin, Deep Purple e Pearl Jam. Estudou Hélio Delmiro, Baden Powell, Romero Lubambo, dentre outros renomados da música brasileira. Foi guitarrista da Big Band da Santa Marcelina. Fez parte do Coral do Mackenzie, sob a regência do Maestro Parcival Módolo, no qual teve a oportunidade de cantar junto à Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas.

Durante a graduação foi bolsista FAPESP de Iniciação Científica onde estudou a influência da música de concerto na obra de Tom Jobim, sob a orientação do Paulo de Tarso Salles, da ECA-USP. Tenor do Coral da Universidade Metodista de Piracicaba é mestrando em Engenharia de Produção, bolsista pesquisador CAPES, sob orientação do prof. Dr. Mauro Luiz Martens, cujo objeto de pesquisa é a ponte entre a Gestão de Projetos e a Música – área de estudo inicialmente protagonizada por pesquisadores da universidade Berklee College of Music (Boston – USA), sobretudo com o professor Jonathan Feist.

Embora muito jovem, seu vasto e rico currículo começa em Minas Gerais, por volta dos 10, 11 anos de idade, quando vivia por lá. Por orientação de seu professor de violão, Taylor Monteiro, conheceu Bach e Villa-Lobos. Nesta mesma época conheceu também o Jazz com Miles Davis e Wes Montgomery. Como todo adolescente, começou a tocar em bandas de rock. E foi, neste período, com muito esforço e dedicação, que compreendeu seu talento e afinidade com a música.

Clarinetista III da Orquestra Filarmônica Maestro Paulo Bellan, Felipe também é aluno do projeto Ninho Musical. Sua dissertação parte da analogia entre os gestores de projetos e os maestros regentes de orquestras. Segundo a literatura estudada, as organizações devem atuar como uma orquestra para que ela funcione bem. Assim, a pesquisa que embasa o estudo fundamentou-se na ponte entre essas áreas e quais competências o maestro pode atribuir aos gestores de projetos, para que estes ressignifiquem sua profissão e o exercício de sua coordenação.

Imerso no universo musical, para validar ou refutar as competências de um maestro – as variáveis do estudo encontradas na literatura– e agregar novas competências, fruto de contextos de atuação diferentes, Felipe e seu orientador realizaram algumas entrevistas: uma maestrina de uma orquestra profissional de altíssimo nível; uma maestrina de uma orquestra universitária-experimental, também de altíssimo nível; um maestro compositor de uma banda sinfônica; uma maestrina de um coral universitário; e, o maestro do projeto Ninho Musical, Paulo Bellan.

“O maestro Paulo Bellan, do Ninho Musical, tem uma função muito específica, diferentemente dos outros quatro entrevistados. Ele é um maestro professor que, na contramão dos conservatórios tradicionais onde os alunos primeiro aprendem a teoria durante um bom tempo, depois pegam no instrumento, para anos mais tarde entrarem em uma orquestra, no projeto Ninho Musical tudo isso acontece concomitantemente. Ou seja, o maestro Paulo traz uma série de competências especiais que cabem à gestão de projetos, sobretudo, do ponto de vista humanístico e da simultaneidade da aprendizagem”, pontua Felipe Salles.

A dissertação, fruto deste estudo, será findada em 2018. Contudo, para além do objeto de estudo do mestrado, Felipe e seu orientador resolveram escrever um estudo de caso sobre o projeto Ninho Musical, trazendo à tona competências não apenas sob a ótica do maestro Paulo, mas também, sob as perspectivas de dois outros alunos do projeto e do próprio Superintendente da Fundação Romi. O artigo será apresentado no VI Simpósio Internacional de Gestão de Projetos, Inovação e Sustentabilidade, nos dias 14 e 15 de novembro.

Segundo Felipe, este estudo de caso é um aprofundamento das peculiaridades do projeto Ninho Musical. Composto pelas quatro entrevistas, ele também aborda a criação do projeto, sua filosofia de funcionamento – o aluno que sabe mais ensina o que sabe menos – e sua viabilidade financeira. Isso tudo o caracteriza como um projeto muito particular.

“Tive vários professores particulares, entre eles o Taylor Monteiro (já citado), estudei “Souza Lima”, Conservatório e Faculdade de Música de São Paulo, depois fiz a faculdade onde fui orientado pelo Professor Fernando Corrêa. O processo interativo do Ninho Musical me saltou aos olhos. Sob o ponto de vista de aluno, tem sido um ganho grande. Essa dinâmica, teoria, prática instrumental e orquestra, é um facilitador do processo de aprendizagem e é muito estimulante. O Ninho Musical é um processo completamente diferente de tudo que eu já tinha passado. Além disso, contribui para mim, hoje, como educador-pesquisador. Eu acabo aprendendo com a didática do Paulo (maestro) para que tudo isso aconteça”.

Somadas às suas pesquisas, suas vivências o levaram a acreditar que projetos culturais, sobretudo de música, como o Ninho Musical, promovam impacto social positivo. “A música tem sentido em si, mas também, ela promove o conhecimento. O estudo da música, comprovadamente, estimula outros mecanismos do desenvolvimento intelectual. Estudar música favorece o raciocínio matemático, a concentração, o foco, a humanização, além de bem-estar, redução da ansiedade e de quadros de depressão. A música traz um grande conhecimento de outras culturas. É uma arte multidisciplinar. É uma ponte para habilidades extramusicais”, conclui.

Investimento Social Privado

O Ninho Musical é uma oficina cultural de formação musical, destinada a iniciantes ou que já tenham vivência. Realizada pela Estação Cultural da Fundação Romi, desde 2012, já beneficiou mais de 600 participantes, e conta com o apoio cultural da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo da Prefeitura Municipal de Santa Bárbara d’Oeste.

Habilitada pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet, nesta edição, 2017, o projeto é patrocinado pela CCR AutoBAn e Instituto CCR, oportunizando a aprendizagem gratuita de música instrumental para aproximadamente 140 alunos.

Sob a coordenação do Maestro Paulo Bellan, nas oficinas musicais os alunos aprendem, para a formação da Orquestra Filarmônica Ninho Musical, desde teoria musical até práticas de instrumentos, cuidados e afinação, leitura e interpretação de partituras e compreensão de regência, sempre pela metodologia do compartilhar saberes: aquele que sabe mais ensina quem sabe menos. “A orquestra é fruto da oficina cultural. Ela é o ápice da formação dos aprendizes”, afirma o Maestro.

Para a continuidade do projeto em 2018 e a manutenção da oportunidade de aprendizagem gratuita aos adolescentes, jovens e adultos integrantes do Ninho Musical, a Fundação Romi está em busca de novos Investidores Sociais. Institutos e organizações privadas, interessadas em promover este legado cultural através da destinação de impostos via Lei Rouanet, podem patrocinar o projeto – a destinação fica habilitada até 31 de dezembro. Mais informações podem ser obtidas diretamente no site da instituição, em Investimento Social.

 

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Pesquisador Felipe Salles apresenta didática do projeto Ninho Musical em Simpósio Internacional de Gestão de Projetos.

Pesquisador Felipe Salles

 


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