Com mais de 40 anos de atuação, Fundação Dom Cabral chega ao GIFE

Por: GIFE| Notícias| 14/01/2019

Depois do Instituto Ibirapitanga, é a vez de apresentar a atuação da Fundação Dom Cabral (FDC), o mais novo associado ao GIFE.

Criada em 1976, a Fundação é uma escola de negócios brasileira que tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento sustentável da sociedade a partir da educação, capacitação e desenvolvimento de executivos, empresários e gestores públicos. Com atuação em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, a organização desenvolve projetos e ações a partir da crença na conexão entre teoria e prática, na formação acadêmica com experiência empresarial e na sustentabilidade como tema transversal.

Para atingir seu objetivo de ser referência no desenvolvimento de executivos e organizações, a FDC desenvolve uma cartilha de programas.

O primeiro deles é o Raízes. Realizado desde 2011, o programa já atendeu mais de 280 jovens e tem como objetivo proporcionar o acesso à educação a pessoas em situação de vulnerabilidade social. Ricardo Siqueira, diretor de Sustentabilidade e Projetos Sociais da Fundação Dom Cabral, explica que, com sete anos de atuação, o grande desafio do Raízes é utilizar o conhecimento para incluir jovens na sociedade, além de mostrar que eles têm capacidade de aprender em sociedade e buscar caminhos para seu futuro.

“O programa Raízes trabalha temas clássicos como a questão histórica com as influências africanas e europeias na construção da sociedade brasileira, a construção do caráter do brasileiro, questões financeiras do dia a dia, de ética, relacionamento, sustentabilidade, língua portuguesa, entre outros. É um programa muito legal que realmente transforma esses jovens,” explica Ricardo.

Ao todo, são quatro módulos de três dias, o que totaliza doze encontros, realizados, normalmente, em julho, mês de férias escolares. Cada turma tem até 35 jovens entre 14 e 21 anos, a maioria estudantes do Ensino Médio. A Fundação Dom Cabral capta e convida a participar do programa jovens que participam do programa Menor Aprendiz da FDC, de empresas próximas e/ou parceiras ou que residem em comunidades próximas a uma das unidades da organização.

“No nosso campus em Nova Lima, por exemplo, buscamos jovens que estudam na escola pública no bairro Jardim Canadá. Em São Paulo, envolvemos jovens que estão em projetos sociais em comunidades perto da Vila Olímpia e também de Paraisópolis e Santo Amaro. No Rio de Janeiro, a mesma coisa: buscamos pessoas envolvidas em projetos sociais e também jovens aprendizes.”

Programa de Desenvolvimento de Empresas e Organizações Sociais

Outro programa social que a FDC desenvolve é o Programa de Desenvolvimento de Empresas e Organizações Sociais (PDEOS). Ricardo explica que a atuação se restringe ao bairro Jardim Canadá, em Nova Lima (MG), pois é voltado a uma comunidade que surgiu justamente pelo início das atividades da Fundação da região.

“Quando nós chegamos na região, havia uma expectativa muito grande em relação ao papel da Fundação como hub, como grande geradora de empregos. Nós mostramos que poderíamos apoiar no sentido de valorizar e potencializar as ações locais. Por isso, o PDEOS é um projeto social gratuito, assim como o Raízes, que orienta organizações sociais e pequenas empresas a ter uma gestão mais profissional.”

Por meio do PDEOS, a FDC trabalha três eixos: sensibiliza as lideranças empresariais sobre o desenvolvimento local sustentável a partir do entendimento do tema e das potenciais contribuições de seu negócio, contribui para ampliar o conhecimento e a prática da gestão responsável no contexto das organizações sociais e promove a articulação entre empresas e organizações sociais participantes.

Segundo Ricardo, as organizações locais têm uma variedade de interesses. Enquanto algumas trabalham com a questão da infância, outras trabalham com mulheres, idosos, educação ou animais. Já as empresas são de pequeno ou médio porte, que normalmente não seriam clientes da FDC. Nesse cenário, o trabalho é fazer um match entre as demandas das organizações e os recursos que existem nas empresas.

Para participar do programa, é preciso obedecer alguns critérios. Do lado das empresas, o objetivo da Dom Cabral é envolver o dono ou pessoa de maior posição. “Como são empresas pequenas, queremos envolver o dono, muito mais do que o próprio negócio. É preciso que ele tenha esse propósito de querer ajudar, seja doando dinheiro, material ou tempo.”

Já do lado das organizações, a Fundação analisa não a área de atuação, que pode ser diversa, e sim o objetivo social que ela propõe, se há envolvimento comunitário e também a seriedade do trabalho da instituição.

Parcerias com Organizações Sociais

Com objetivos semelhantes ao PDEOS, o programa Parcerias com Organizações Sociais (POS) destina-se a organizações com uma estrutura maior. “Para organizações sociais e negócios de impacto, a ideia do POS é desenvolver os aspectos de gestão para que as instituições sejam sustentáveis, ou seja, tenham receita, uma ação produtiva e atendam a seus objetivos.”

Estruturado em aulas e acompanhamento, o programa, que se constitui praticamente como uma pós-graduação, incentiva que as organizações se tornem mais atrativas para investimento, ampliem seu conhecimento no campo da gestão com aplicação de ferramentas com eficiência e encontrem soluções compartilhadas por meio de trocas com parceiros.

“O POS busca desenvolver a gestão das organizações em três eixos: um é a orientação técnica praticamente um a um, com professores que visitam as instituições para rever ou fazer um planejamento estratégico e acompanhar os resultados. Outro eixo é de desenvolvimento específico em sala de aula, com aulas de gestão, marketing, finanças, estratégias, pessoas, processos e projetos. E o último eixo é de acompanhamento e troca de experiências, com encontro dos líderes e gestores dessas organizações.”

Aposta na educação e conhecimento

A Fundação Dom Cabral acredita que oferecer oportunidade a partir da oferta de conhecimento é um movimento de recrutar novos agentes de mudança para a sociedade.

“Como nós somos uma escola de desenvolvimento de lideranças, nós temos uma responsabilidade muito grande de fazer com que esses líderes percebam as atitudes deles no dia a dia e a responsabilidade que têm em relação às suas decisões, para que entendam o impacto que podem causar não só dentro das organizações com relação às pessoas, aos processos e à própria sustentabilidade, mas como também em relação à sociedade como um todo, com produtos, serviços e a questão ética.”

Segundo Ricardo, a FDC vai na contramão da mentalidade de muitas escolas de negócio de preparar executivos para produzir e entregar resultados a qualquer custo. Segundo o gerente, o grande desafio é mudar essa mentalidade. Por isso, a Fundação busca formar executivos com consciência de sua responsabilidade na sociedade.

Além disso, outra máxima que permeia as ações da Dom Cabral é trabalhar junto com empresas e organizações, e não para elas, organizando conjuntamente conhecimentos gerados no cotidiano.

Associação ao GIFE

Nádia Rampi, diretora executiva de governança, integridade e conformidade da Fundação Dom Cabral, explica que a associação ao GIFE é decorrente de um conjunto de fatores como a vontade de compartilhar conhecimentos adquiridos sobre governança. “Nós estamos finalizando uma pesquisa que tem como objetivo explorar o papel da governança na longevidade de uma instituição do terceiro setor. Para o levantamento, conversei com Hugo Barreto, que sugeriu o contato com o GIFE.”

Além da vontade de dividir os achados desse trabalho e também da experiência da Dom Cabral com a questão, a diretora ressalta a oportunidade de a organização conhecer instituições do terceiro setor ligadas a grupos empresariais e fazer parte de espaços onde o GIFE está presente. “Eu tive a oportunidade de acompanhar o Congresso GIFE, onde encontrei muitos colegas tanto da área social quanto ligados às empresas com as quais temos contato aqui na Fundação. Nós acreditamos que esse espaço é muito importante para que possamos estreitar os relacionamentos, tomar conhecimento do que outras instituições estão fazendo e ampliar o nosso network.”


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