Como organizações centenárias podem contribuir para a transformação social
Por: GIFE| Notícias| 16/01/2023unidade Educandário Dom Duarte da Liga Solidária / Divulgação
A Liga Solidária está prestes a completar 100 anos em 2023. Fundada por um grupo de mulheres unidas pela intenção de enfrentar as desigualdades sociais e ajudar aqueles que precisavam, a organização atende atualmente mais de 13 mil pessoas, entre crianças, jovens, adultos e idosos.
Como conta Hugo Pedro Guornik de Oliveira, da área de Inovação & Projetos, “desde seu início e até hoje, a Liga é liderada voluntariamente por mulheres e tem tido a sensibilidade de olhar à sua volta, literal e figurativamente falando, de maneira a colocar sua atuação à serviço das demandas sociais em todos os seus momentos contemporâneos.”
A presidente voluntária da Liga Solidária, Rosalu Ferraz Fladt Queiroz, explica que um dos desafios é traduzir as práticas socioambientais, que já são promovidas em uma linguagem de mercado, para assim conseguir dialogar melhor com novos, atuais e potenciais parceiros colaboradores, co-investidores ou doadores.
“Mesmo que o mundo tenha diversos nomes para enquadrar/caracterizar uma atuação social profissionalizada e estratégica, a verdade é que a Liga já a faz há 100 anos. Hoje temos o desafio de traduzir nossas práticas socioambientais para a linguagem de mercado”, afirma Rosalu Queiroz, lembrando que a Liga também é uma investidora social que precisou se reinventar muitas vezes, para continuar exercendo sua contribuição ao mundo. “Nos termos atuais, posso dizer que o mundo precisa saber que a Liga Solidária é, essencialmente, o S dos ESG.”
Voluntariado e investimento social privado para a redução das desigualdades sociais
Para Hugo Pedro Guornik de Oliveira, a Liga Solidária traz na sua essência o voluntariado desde sua fundação. “Compreendemos o voluntariado enquanto um ato político e de participação cívica. Na Liga, é praticado por vários atores da sociedade, dos mais privilegiados economicamente até os mais pobres”. Ele lembra ainda da auto-organização das comunidades, ajudando umas às outras para o enfrentamento a Covid-19 no Brasil. Além da importância do voluntariado explorando o potencial transformador no indivíduo que, por sua vez, passa a também ser um agente de transformação.
O Investimento Social Privado (ISP) é apontado como fator de grande importância para promover a segurança da continuidade dos projetos. “Enquanto investidora social, temos fomentado junto aos nossos pares, a reflexão sobre o papel da escuta ativa das pessoas e territórios que se quer impactar, bem como da importância do alinhamento dos projetos e programas sociais às políticas públicas.”