Encontro acontece dos dias 5 a 7 de dezembro e debate as práticas filantrópicas que colocam as comunidades no comando do seu próprio desenvolvimento

Nos próximos dias 5 a 7 de dezembro, representantes da sociedade civil, setor privado e dos diversos setores da filantropia vão se reunir em Bogotá, capital da Colômbia, para um diálogo global em torno da filantropia comunitária. 

O #ShiftThePower – Global Summit acontece sete anos depois da Cúpula Global sobre Filantropia Comunitária, em Joanesburgo, África do Sul, onde foi criada a hashtag #ShiftThePower, e quatro anos depois do Simpósio Caminhos para o Poder, em Londres. O objetivo do encontro é debater as práticas filantrópicas que colocam as comunidades no comando do seu próprio desenvolvimento. A proposta defende um remodelamento do atual sistema de financiamento internacional para ser mais controlado e liderado localmente.

O evento propõe que a atual conjuntura é “a hora do “ShiftThePower”, ao considerar que as populações de todo o mundo enfrentam uma série de crises em cascata e que se cruzam. Dos impactos da pandemia de Covid-19, passando pelo agravamento das mudanças climáticas, até desastres humanitários decorrentes de conflitos, levando ao crescimento das desigualdades. 

O diagnóstico é de que, apesar dos compromissos assumidos pelo sistema humanitário, filantrópico e de desenvolvimento internacional para garantir que a maior parte dos recursos sejam dirigidos para comunidades da linha da frente, o progresso ainda é lento.

Um cenário em que o desenvolvimento e a prosperidade dos territórios seja pautado na centralidade das pessoas e comunidades como atores com poder de decisão é a alternativa apresentada pelo #ShiftThePower. Entre as principais características desse sistema, estão a filantropia comunitária, os fundos imediatos, a responsabilização dos cidadãos, a tomada de decisão participativa e novas redes e alianças baseadas no Sul Global e/ou nas margens do sistema dominante.

Shift The Power

Apesar da filantropia comunitária ser uma estratégia antiga, a visibilidade é mais recente. Pode ser percebido quando o campo da filantropia começa a se pensar movimentos como o Shift The Power, que pode ser traduzido como transferência de poder.

Segundo Pamela Ribeiro, coordenadora de projetos especiais do GIFE, em entrevista para o Especial redeGIFE sobre filantropia comunitária, o grande desafio é sua implementação. Para ela, é preciso superar o fato de que a filantropia brasileira ainda é muito mais executora dos seus próprios projetos do que doadora, enquanto que a filantropia comunitária propõe uma estratégia de grantmaking. Para desenvolvê-la no Brasil, acredita, é preciso disposição em desafiar o status quo.