C20 abre caminhos para protagonismo da sociedade civil e filantropia nos debates prioritários do G20 

Por: GIFE| Notícias| 11/03/2024

Foto: Fernando Frasão /Agência Brasil.

Grupo de engajamento da sociedade civil no G20, o C20 possui papel fundamental nas articulações resolutivas frente às problemáticas apresentadas pela presidência brasileira. GIFE é co-lider do GT de filantropia 

A primeira reunião com os grupos de trabalho que integram o C20 já está agendada e acontecerá no final de março, em Recife (PE). Grupo de engajamento da sociedade civil, o C20 é composto por dez Grupos de Trabalho (GTs), dentre eles está o de número nove que estreia com o tema “Filantropia e desenvolvimento sustentável”, co-liderado pelo GIFE. Para atores do setor filantrópico e da sociedade civil, essa é uma importante oportunidade de ampliação de espaço e articulação para a filantropia a nível nacional e internacional. 

“A agenda social do G20 como um todo e particularmente as prioridades colocadas pelo governo brasileiro são extremamente familiares à atuação da filantropia brasileira e externa. O que significa que existe muita possibilidade de diálogo e colaboração propositiva das organizações filantrópicas para encontrar soluções financeiras e econômicas para a cúpula”, comenta Henrique Frota, presidente do C20 Brasil e diretor Executivo da Abong

Ele se refere aos temas prioritários do G20 elencados pela presidência brasileira: combate à fome, pobreza e desigualdade; desenvolvimento sustentável e reforma da governança global. 

Para Cassio França, secretário-geral do GIFE, o setor filantrópico pode e deve oferecer contribuições relevantes neste espaço de articulação política para promover o desenvolvimento sustentável, a justiça climática e enfrentar as desigualdades, o racismo e a discriminação que são impeditivos para esses avanços.

Percepção também compartilhada por Ricardo Batista, coordenador de Programa e pessoa dedicada a agenda internacional  do GIFE, que relaciona a abertura do espaço formal dado à filantropia aos esforços desempenhados pelo setor, bem como a uma compreensão sobre a importância na sociedade. “Estar junto da sociedade civil nesse processo foi um arranjo acertado, pois a filantropia tem um papel facilitador e catalisador estratégico para a sociedade civil justamente porque dispõe de recursos que muitas vezes faltam nas organizações grassroots.

Impactos esperados

Ainda de acordo com Ricardo Batista, a participação inédita da filantropia no G20 poderá acarretar três principais impactos. O primeiro, refere-se ao fortalecimento da articulação entre filantropia e a sociedade civil brasileira; o segundo envolve o aprimoramento das capacidades institucionais do setor com as agendas internacionais de desenvolvimento, bem como a ampliação da atuação filantrópica no planeta. “Especialmente no debate sobre arquitetura financeira e econômica mundial”, avalia o coordenador. O terceiro ponto diz respeito ao fortalecimento da democracia através de um “revigoramento dos espaços e iniciativas de participação social e pela contribuição que o setor deverá aportar não apenas no GT 9 do C20, mas nos diversos outros grupos de engajamento e forças tarefas”. 

Todas, de acordo com Ricardo Batista, perspectivas sociais e impactos futuros que dialogam com o roteiro do G20 no presente a partir das estratégias adotadas pela presidência brasileira. O debate sobre taxação dos super-ricos durante a reunião da Trilha de Finanças, nos dias 28 e 29 de fevereiro, em São Paulo, bem como os diálogos sobre democracia e reformas globais são exemplos das pautas trabalhadas ao longo da programação do grupo e que se conectam aos propósitos da sociedade civil e da filantropia.

“Os debates sobre questões econômicas são pontos que a sociedade civil e a filantropia devem ficar de olho, pensando como a economia pode gerar um sistema mais justo, mais distributivo, mais inclusivo, entendendo que esse campo pode reforçar o combate às desigualdades”, opina Henrique Frota.

O presidente do C20 também apresenta o leque de assuntos que são imprescindíveis para esses grupos, como: a fome, sistemas alimentares, redução de riscos, transição energética, direitos das mulheres, equidade de gênero e raça, saúde, educação, espaço cívico e a participação democrática.


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