Na última quarta-feira (12), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) lançou a edição de 2023 do relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo”. Os resultados estimam que 21 milhões de pessoas passaram fome em 2022 no Brasil, e 70,3 milhões estavam em insegurança alimentar. 

No mundo todo, entre 691 e 783 milhões de pessoas passaram fome em 2022, 122 milhões a mais do que em 2019, antes da pandemia de Covid-19; 2,3 bilhões se encontravam em situação de insegurança alimentar.

O tema do relatório é “Urbanização, transformação dos sistemas agroalimentares e dietas saudáveis ​​no contínuo rural-urbano”, e explora como a urbanização está moldando os sistemas agroalimentares e as implicações desse nexo para a disponibilidade e acessibilidade de dietas saudáveis, para a segurança alimentar e a nutrição.

Estima-se que quase 600 milhões de pessoas estarão com desnutrição crônica em 2030. Isto é, 119 milhões a mais do que em um cenário em que nem a pandemia nem a guerra na Ucrânia tivessem ocorrido. Em todo o mundo, a insegurança alimentar afeta desproporcionalmente mulheres e pessoas que vivem em áreas rurais; o estudo aponta que 148 milhões de crianças com menos de cinco anos de idade sofrem de atraso no crescimento. A análise do documento considera ainda as mudanças climáticas, conflitos, aumento do preço dos alimentos e como a urbanização está mudando a oferta e a demanda de alimentos no contínuo rural-urbano. Além de recomendações sobre políticas, investimentos e novas tecnologias para enfrentar os desafios.