Os desafios e as recomendações para melhorar a saúde mental dos profissionais de saúde

Por: GIFE| Notícias| 10/07/2023

Com o objetivo de contribuir para o fortalecimento e valorização dos profissionais da linha de frente da saúde, uma iniciativa conjunta do Synergos Brasil, FGVsaúde e Johnson & Johnson, produziu o relatório “Diálogo sobre Políticas para Resiliência e Bem-estar dos Profissionais de Saúde”. O projeto, publicado em maio de 2023, reuniu atores do ramo da saúde para debater políticas de resiliência e saúde mental dos profissionais da área.

Regiane Soccol, gerente sênior de impacto global comunitário na América Latina da Johnson & Johnson, explica que a empresa tem um compromisso global de apoiar e desenvolver os profissionais de saúde na linha de frente desde 2019. 

“Tínhamos programas específicos trabalhando com organizações de saúde para tornar as equipes mais resilientes. Mas, entendemos que era importante elevar essa discussão como um diálogo político.” O objetivo era entender como os atores do ecossistema olhavam para o tema, principalmente após a pandemia de Covid-19. 

Um primeiro encontro reuniu vários representantes desse ecossistema para destacar boas práticas e recomendações para garantir resiliência e bem estar a esses profissionais. O relatório final é fruto dessa agenda. 

“Um dos pontos principais é a intersetorialidade. É preciso que instituições e setores trabalhem juntos, porque distintas podem ser as ações para mitigar e precaver a situação de um profissional com estresse e bornout”, ressalta. 

Desafios urgentes

A pandemia reforçou o caráter multissetorial para identificar problemas e buscar soluções. Assim, integram o projeto representantes dos profissionais da área de saúde, instituições de governo, sociedade civil, iniciativa privada, academia e organismos internacionais.

Para o pesquisador associado da FGVsaúde, Alberto Ogata, a importância dos profissionais da linha de frente da saúde tem sido reconhecida há algum tempo. Sobre os desafios, destaca que essas funções são altamente imprevisíveis, estressantes, caracterizadas por falta de recursos, excesso de pressão e necessidade de decisões rápidas. Além disso, muitos desses profissionais recebem os menores salários das organizações onde trabalham. Quadro agravado pela pandemia.

Diante desse cenário, foram construídas recomendações de medidas para melhorar as condições de trabalho desses profissionais. O pesquisador chama atenção para a importância das políticas organizacionais de gestão de pessoas voltadas especificamente aos trabalhadores de saúde da linha de frente, considerando questões como remuneração, organização do trabalho, diversidade e inclusão. Ele aponta como caminhos e soluções, a elaboração de projetos e pesquisas e a utilização de métricas para acompanhamento.

“Este esforço exige alocação de recursos de diferentes fontes. Os resultados esperados somente serão atingidos se ocorrer uma ação intersetorial, evitando a fragmentação das iniciativas com ações isoladas.”

“Somos todos usuários do serviço de saúde”

Considerando a necessidade de um esforço multissetorial, o investimento social privado também ganha um papel a desempenhar. “Esta necessidade de mobilização foi o que motivou o esforço conjunto para o kick-off de um plano para colocar o tema na agenda dos tomadores de decisão e se obter resultados palpáveis no curto prazo”, afirma Alberto Ogata.

Para Regiane Soccol, se trata de um tema que tem espaço para continuar sendo amplamente discutido na sociedade. 

“Todos somos usuários do serviço de saúde. Para ter um sistema de saúde sustentável, precisamos de profissionais preparados para responder às demandas da sociedade”, defende. 

Regiane acredita no impacto que pode ser alcançado a partir do engajamento de diversas instituições que podem mover a curva, seja financiando, seja trazendo conhecimento técnico ou formando melhor gestores ou profissionais. 

“Uma única empresa, instituição ou sindicatos e associações não vão mudar. Precisamos fazer isso de modo colaborativo para falar sobre um problema que é comum e propor soluções factíveis dentro das diversas realidades.” 

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