Oportunidades e desafios do trabalho em rede foi o tema do 13° encontro da RIS Interior Paulista
Por: GIFE| Notícias| 30/03/2020No dia 12 de março, representantes de organizações do investimento social privado do interior paulista estiveram reunidos na sede da Fundação FEAC, em Campinas (SP), no 13° encontro da Rede de Investidores Sociais do Interior Paulista (RIS Interior Paulista).
O evento foi uma oportunidade de diálogo sobre as oportunidades e os desafios do trabalho em rede e como o compartilhamento de aprendizados e a soma de expertises e recursos na busca por objetivos comuns tem contribuído para ampliar o impacto de forma coletiva e facilitada pelas novas tecnologias de informação e comunicação.
O grupo contou com a presença de Célia Schlithler, consultora de desenvolvimento de grupos, redes e comunidades; Fábio Deboni, gerente-executivo do Instituto Sabin; e Milena Porrelli Drigo, da RedEAmérica.
Potência das redes
Entusiasta do tema ‘inovação social’ e escritor de diversos artigos, Fábio tem participado ativamente do engajamento de institutos e fundações no campo das finanças sociais e dos negócios de impacto.
O gerente-executivo do Instituto Sabin apontou três importantes elementos no debate dos desafios e da potência das redes: conceito e propósito, modus operandi e aspectos do dia a dia.
A partir de experiências como a do FIIMP (Fundações e Institutos de Impacto) – criado para experimentar diferentes instrumentos financeiros, conhecer organizações intermediárias e acompanhar resultados de investimentos em negócios de impacto socioambiental – e a da RIS Distrito Federal – que resultou em outras frentes como o Café Social e o Programa de Aceleração de Impacto Social (PAIS) -, Fábio ilustrou o potencial de diluir riscos e avançar em temas a partir do olhar de diversos atores trazido por esse modo conjunto de atuação.
Vínculos
Responsável pela ativação e desenvolvimento de mais de 30 redes e pela formação de centenas de facilitadores de grupos e de redes em todo o Brasil e na Argentina, Célia acrescentou ao debate elementos como propósito, efetividade e inovação.
Em relação às oportunidades desse modelo, a especialista salientou aspectos como a ampliação do potencial de ação, a multiliderança e as comunidades de aprendizagem.
Para Célia, na atuação em rede, autonomia e liberdade, empoderamento, auto-organização, corresponsabilidade, valorização da diversidade, generosidade, diálogo, cultura de paz e abundância de ações geram transformação social.
Para isso, é necessário: vínculos fortes de compromisso e confiança entre parte dos integrantes; vínculos de cooperação entre atores que querem/podem contribuir com os propósitos da rede; abertura permanente a novas conexões e a possibilidades de inovação; multiliderança valorizada e constante; abundância de ações de diferentes dimensões; intercomunicação, por canais adequados para a rede; encontros presenciais para refletir sobre o desenvolvimento da rede; estratégias de comunicação para mobilização; construção de conhecimento em rede; e celebração dos aprendizados e sucessos.
Territórios
Especialista em gestão e avaliação de programas de responsabilidade social e do terceiro setor, Milena Porrelli Drigo trouxe ao grupo a experiência da RedEAmérica – composta por mais de 80 organizações de origem empresarial em 14 países na América Latina e no Caribe – com o Fundo Comunidade em Rede (FCR). Uma iniciativa do Bloco Brasil da RedEAmérica, o FRC foi formado em 2012 com o objetivo de apoiar projetos territoriais coletivos, além de fortalecer as organizações de base por meio de processos participativos e inclusivos.
Entre os desafios que geraram aprendizados, Milena apontou: promoção permanente do diálogo entre os setores privado, público e social; construção coletiva e multiliderança; interação permanente entre todos os envolvidos (criação e gestão de canais de comunicação); avaliação e monitoramento dos projetos em rede; adequação às diferentes características das organizações de base; e criação de condições para as redes permanecerem em desenvolvimento.
Após a contribuição e debate com os especialistas, o encontro propiciou uma roda de conversa a respeito de desafios relatados pelos participantes em suas organizações e outras informações de interesse para o compartilhamento de experiências e aprendizado mútuo.
Próximos passos
Duas agendas estão no horizonte da atuação do grupo em 2020: a 1ª Mostra GIFE de Inovação Social, em Campinas, e o 11º Congresso GIFE – Fronteiras da Ação Coletiva.
A expectativa de levar a 1ª Mostra GIFE de Inovação Social para o interior paulista com um investimento conjunto por parte dos membros da Rede e apoio do GIFE foi apresentada e debatida pelo grupo ainda em 2019. A sugestão é realizar o evento no Shopping Iguatemi Campinas no segundo semestre deste ano. A iniciativa requer ainda uma ação de comunicação do evento junto à imprensa local e ao público da região.
Já no âmbito do 11º Congresso GIFE – Fronteiras da Ação Coletiva, que deve acontecer de 5 a 7 de agosto, a Rede pretende realizar uma atividade. Os formatos incentivados pelo GIFE são diálogos, dinâmicas e metodologias com formatos participativos, bem como disseminação de cases e experiências que se relacionem de alguma forma com o tema do Congresso.
A agenda de reuniões da RIS Interior Paulista prevê mais cinco encontros em 2020. O próximo está previsto para 4 de junho com o tema “Formação Panorama ISP”.