Os desafios e a importância da garantia de diversidade de gênero e raça no Congresso GIFE

Por: GIFE| Notícias Institucionais| 10/04/2023

Plateia durante a última edição presencial no 10º Congresso GIFE, em 2018.

A partir da próxima quarta-feira (12), têm início as atividades do 12º Congresso GIFE – Desafiando Estruturas de Desigualdades, no Memorial da América Latina, em São Paulo. O evento propõe o debate sobre as desigualdades que impedem parte da população – especialmente pessoas negras, povos indígenas, comunidades tradicionais e população LGBTQIA+– de acessar direitos fundamentais. 

Porém, nenhuma reunião que se propõe a debater os caminhos para garantir os direitos fundamentais daqueles que ainda não têm pleno acesso é possível sem ouvi-los e sem prezar pelo equilíbrio na participação e diversidade. 

“Para o GIFE não existe o cenário de pensar uma atividade sem ter como premissa a diversidade”, declara Cássio França, Secretário Geral do GIFE. Ele explica que desde o início da organização do Congresso, foi estabelecida como diretriz a busca por equidade racial e de gênero em todas as mesas. Além disso, esta será a edição com o maior número de bolsas  integrais e parciais, no sentido de também aplicar a participação de diferentes grupos em todo o evento . “Os problemas do Brasil devem ser debatidos com pessoas que detêm saberes a partir das múltiplas vivências.”

Gustavo Bernardino é gerente de programas no GIFE, e observa que a representação de atores diversos foi ampliada nesta edição. “Propicia ao campo a interação com uma rede de atores que estão lidando com questões estruturais das desigualdades. E ilumina vozes que precisam ascender a espaços institucionais de poder.”

No entanto, a tarefa não vem sem desafios. Para Cássio França, o maior deles, embora passível de ser superado, é lidar com composições institucionais que só ofertam cadeiras de liderança para pessoas brancas. “Quando algumas instituições não têm diversidade em seus quadros de direção, mas tem uma contribuição importante no setor, diminui nosso grau de liberdade para promover a diversidade em alguns momentos”, pontua.

Gustavo Bernardino concorda. Isso porque os convites para composição de painéis é dirigido na maioria das vezes a instituições, e em menor grau a pessoas físicas. “Mesmo expandindo o convite no campo fundacional a que o GIFE representa, a disparidade nessa representação ainda é grande”, explica.

Mas, a iniciativa gera resultados. De acordo com Cássio França, eles se apresentam tanto na forma como são sugeridas as abordagens de alguns temas, como na composição das/os palestrantes e de um público diverso. Outra diretriz apontada pelo Secretário Geral como essencial foi ter pelo menos um palestrante em cada mesa que trouxesse uma perspectiva mais territorializada.

“Uma democracia forte requer uma sociedade civil empoderada e autônoma. O olhar das organizações da sociedade civil, coletivos e movimentos sociais é insubstituível e fundamental para enriquecer o debate público”, finaliza.

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