Novo lançamento da série ISP Por aponta tendências sobre ciência e informação
Por: GIFE| Notícias| 14/06/2021
“A postura de desvalorização da ciência e o desprezo em relação às evidências, somados à negação de mecanismos de proteção e falta de coordenação de investimentos para o enfrentamento à pandemia têm sido considerados os principais fatores que levaram o Brasil a ser reputado um dos piores na gestão e controle da Covid-19 no mundo.”
O trecho acima, que compõe o guia O que o Investimento Social Privado pode fazer por Ciência e Informação, expõe a situação da ciência em um dos piores momentos da história recente da humanidade. A pandemia de Covid-19 deixou ainda mais clara a falta de valorização e reconhecimento da importância da pesquisa e seu papel determinante em decisões de políticas públicas durante a pandemia, que deveriam ter sido baseadas em evidências e comprovações.
A proposta da nova publicação é provocar os atores do ISP a iniciar ou fortalecer sua atuação no tema. O guia inclui informações básicas relacionadas à ciência e informação, como conceitos e dados do contexto, tendências, desafios envolvidos e, em especial, caminhos e possibilidades de atuação no campo.
“A eclosão da pandemia de Covid-19 teve rápida reação por parte da sociedade civil organizada. Uma das primeiras consequências desse movimento global foi o crescimento da percepção do valor da pesquisa científica e da inovação para a promoção da saúde e do bem-estar da sociedade, em contraposição a tendências preocupantes verificadas em meses e anos mais recentes”, comenta Horacio Forjaz, gerente de Relações Institucionais da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
No último ano, foi possível notar membros da comunidade científica empenhados em se comunicar e divulgar dados científicos no combate às fake news. A ideia é que as informações produzidas na academia e em centros de pesquisa sejam mais acessíveis para uma parte maior da população brasileira.
Ciência e informação: desafios e oportunidades
O debate em torno da ciência e da produção de informação é complexo, abrangente e traz consigo inúmeros desafios, aponta a publicação. Saber exatamente quais são as dificuldades e conectá-las com as soluções pode ser um caminho interessante para o fomento do campo no país.
Horacio explica que as atividades de pesquisa científica, seja básica ou aplicada, envolvem longos ciclos que, embora sem garantias de retorno, têm o potencial de propiciar impacto positivo para o desenvolvimento econômico e social de determinada região ou país ou, dependendo da amplitude dos impactos, até mesmo para a humanidade.
“Investimentos em ciência são reconhecidamente de maior risco. Universidades e Institutos Científicos e Tecnológicos [ ICTs], a maioria vinculados ao poder público, concentram a maioria dos esforços científicos em todo o mundo. Isso significa que apoiar o esforço científico quase sempre passa por parcerias entre pessoas físicas e organizações privadas, como representantes do ISP, por exemplo, e as organizações públicas de pesquisa, regidas por procedimentos, legislações e culturas distintas.”
Caminhos para atuação do ISP
O investimento em educação, ciência, tecnologia e inovação é tarefa fundamental para garantir um país mais desenvolvido e justo tanto no plano econômico como social, e diversos atores podem contribuir para esse cenário.
Entre eles o ISP, que se envolveu ativamente no combate à pandemia e no fomento à ciência. “Pelo potencial global de apoio financeiro, pelo foco e áreas de atuação, em grande parte convergentes com a atuação de agências públicas de apoio e fomento à pesquisa, como é o caso da FAPESP, o ISP representa oportunidade real de novas parcerias e alavancagem de apoios à pesquisa científica e tecnológica”, defende Horacio.
Tendências globais em ciência
A cada cinco anos, o Relatório de Ciências da UNESCO atualiza as tendências na governança na área de ciência, e apresenta dados sobre investimentos, publicações científicas e patentes. A última edição, divulgada em 11/06, acompanha o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU para 2030 e o rápido progresso da Quarta Revolução Industrial, além do impacto da pandemia de Cobid-19 na pesquisa e inovação globais. O documento pede a restauração da confiança pública na ciência e lembra a importância estratégica de priorizar políticas científicas mais atuantes, contribuindo decisivamente para um futuro mais justo e sustentável.