Pesquisa revela aumento da alienação eleitoral no Brasil, principalmente no Sudeste

Por: GIFE| Notícias| 29/08/2022

Crédito: Anderson Menezes da Silva / Unplash

Existe um aumento lento e gradual da alienação eleitoral desde 2006, principalmente no Sudeste e regiões Metropolitanas. É o que aponta a pesquisa “A alienação no Brasil Democrático”, lançada pelo Instituto Votorantim. O estudo analisa o comportamento de eleitores em relação à participação ou abstenção no processo de votação.

O aumento no Sudeste é liderado pelo não comparecimento nas eleições municipais. E, conforme explica Ana Bonimani, gerente de Gestão de Programas do Instituto, não é possível especificar os fatores que causam esse fenômeno. 

“O nível educacional é a variável mais relacionada ao não comparecimento à urna (abstenção passiva). De outro lado, o estudo indicou que as variáveis de envolvimento político e atitudinais estão mais associadas à opção pelo voto nulo ou branco (abstenção ativa).”

Entre os destaques, o levantamento revela ainda que as eleições para o Legislativo aparecem com os índices mais elevados de alienação. 

Como alcançar maior participação 

Para reverter o quadro apresentado, Ana Bonimani acredita que a sociedade precisa ter conhecimento sobre como funciona a nossa democracia e porque ela é importante.

Hoje existe uma série de estudos que comprovam a necessidade da formação cidadã, que consiste no replanejamento de métodos atuais, com conteúdos educativos voltados para o exercício da cidadania e participação local.

No Instituto Votorantim, essa formação é desenvolvida através do Programa Cidadania, que tem como objetivo fortalecer a cultura democrática brasileira por meio de diversas iniciativas, inclusive a própria realização do estudo.

Apesar de atuar como uma ferramenta para entender o fenômeno de participação nas eleições, a pesquisa também permitiu entender alguns pontos necessários para alcançar maior participação eleitoral. Nesse sentido, a gerente de Gestão de Programas destaca a correlação das urnas eletrônicas com a redução da alienação eleitoral no Brasil, e a relevância de termos ações que tragam a transparência do processo eleitoral e aumentem a confiabilidade no sistema.

A participação do público jovem, cuja abstenção passiva é a maior, junto aos idosos, também precisa ser considerada, de acordo com Ana Bonimani. Isso porque o jovem de hoje nasceu no Brasil já redemocratizado, logo, não teve a experiência de não ter direito ao voto. “Quando ligamos a TV vemos muitos casos de corrupção, e isso contribui para desestimular o jovem e sua confiança na política, desengajando sua participação e gerando uma apatia.”

A pesquisa ressalta também a hipótese de que o público não entende a participação política apenas como o ato de ir votar. Mas, a participação em ações como assinatura de petições públicas, em manifestos e processos, ou discussão política em foros presenciais ou virtuais.


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