Rede Temática de Saúde debate pontos técnicos em segundo encontro de planejamento

Por: GIFE| Notícias| 08/04/2019

A Rede Temática (RT) de Saúde começou 2019 com energia para definir suas formas de atuação e funcionamento enquanto rede depois da retomada do grupo em 2018. No dia 2 de abril, o coletivo realizou sua segunda reunião de planejamento na Associação Samaritano, em São Paulo.

A agenda de três encontros será facilitada pelo empresário, consultor e doutor em Administração Paulo Sabbag com o objetivo de realizar um alinhamento estratégico da Rede. Na primeira dessa série de reuniões, realizada no final de janeiro, os participantes encaminharam questões importantes, como o propósito da RT – “unir esforços para melhorar a saúde no Brasil” – e sua missão -“mobilizar e articular parcerias para qualificar o investimento social privado em saúde”.

Na ocasião, Paulo Sabbag ressaltou que esses acordos ainda não constituíam o escopo de trabalho da rede, sendo necessário pensar em regras de convivência que favoreçam esse movimento de atuação conjunta.

O segundo encontro, portanto, buscou tratar de pontos como governança, valores e acordos. Para balizar os debates, o consultor fez uma breve apresentação sobre os conceitos de governança e rede. Segundo Paulo, é mais fácil identificar o conceito de governança em estruturas hierárquicas. Já em redes, é a governança que irá determinar a capacidade de realização do grupo. Além disso, apresentou as condições estruturais necessárias dentro do tema: estrutura organizacional, sistema de decisões e de comunicações e políticas e modelos de atuação.

Já sobre o conceito de redes, Paulo destacou algumas características, como o fato de serem plásticas, ou seja, suscetíveis a alterações, resilientes, compostas por no máximo uma coordenação ou secretaria executiva (no sentido oposto de sistemas hierárquicos), além de dependerem somente de propósito e estratégias para atuar.

“O legal da rede é que, por ser plana, a liderança vai existir em momentos circunstanciais, dependendo da ação daquele momento. A coordenação é mútua, pois não é possível coordenar algo que tem ação descentralizada. Cada nó da rede precisa se autocoordenar”, explicou o consultor.

Além desses, o Paulo ressaltou outros pontos como o fato de redes serem autogerativas, encontrando suas próprias formas de se organizar, e auto-organizativas e vinculadas diretamente às pessoas que as compõem. “Cada Rede Temática do GIFE deve ter uma forma de funcionamento diferente. Isso se dá não só por conta do tema, mas também das pessoas que formam o grupo. Uma frase que define o conceito de rede é: a rede é, ao mesmo tempo, íntima e ampla, pois serve à exploração pessoal e à ação coletiva.”

Encaminhamentos

Para aplicar os conceitos de rede e definir acordos de convivência específicos para a RT de Saúde, Paulo propôs que os presentes se dividissem em duplas para debater normas de convivência relacionadas aos temas: 1) Ingresso e participação; 2) Tomada de decisões; 3) Iniciativas e ações; 4) Parcerias institucionais; e 5) Funcionamento institucional.

Antes de iniciar a atividade de reflexão, os participantes receberam algumas orientações, como, por exemplo, o fato de que os acordos de convivência devem respeitar primeiramente o propósito e a missão da rede. No caso da RT de Saúde, os acordos também devem estar alinhados ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3, que busca assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.

Com isso em mente, o grupo chegou a alguns consensos. No quesito Ingresso e participação, deveriam pensar sobre as formas como novas organizações passam a fazer parte da RT. Sobre a definição acerca de a rede ser aberta a instituições atuantes no setor de saúde para garantir maior diversidade ou fechada somente a associados ao GIFE e seus indicados, ficou decidido que a composição atual engloba os participantes das reuniões até aquela ocasião. Novos membros devem pertencer ao setor do investimento social privado (ISP) e ser indicados por membros da RT. Os presentes destacaram, entretanto, que todas as definições podem ser alteradas se e quando o grupo julgar necessário.

No que se refere ao ponto dois, Processos de tomada de decisões, serão realizados a partir de demandas trazidas pelos membros da rede, se julgarem necessária a decisão colegiada. Nesses casos, as determinações serão por maioria simples, ou seja, 50% dos participantes na ocasião e mais um voto.

No tema três, Iniciativas e ações, Paulo destacou que ainda não é momento de decidir quais serão as ações a serem encampadas pela rede, e sim definir quais combinados irão guiar a realização das atividades. Nesse quesito, ficou definida a possibilidade de realizar iniciativas conjuntamente com subgrupos tocando ações onde haja convergência entre as organizações, busca de parcerias estratégicas e troca de informações.

No âmbito das parcerias institucionais, o grupo concordou que devem estar vinculadas ao processo de tomada de decisões, além de buscar acordos relacionados à missão e ao propósito da rede, sem interesse comercial. Por fim, sobre o funcionamento institucional, o grupo consensuou que é desejável realizar reuniões mensais, usar dispositivos como Google Drive ou similares como repositório de informações sobre os participantes da rede e seu escopo de atuação, manter a coordenação realizada por duas organizações e suporte do GIFE, além da possibilidade de viabilizar teleconferências com aqueles que não puderem participar presencialmente.

Acordos e próximos passos

Ao final da reunião, Paulo apresentou alguns pontos que precisam ser definidos e pensados coletivamente quando o assunto é plano de ação. Um deles é o fato de que cada ‘nó’ da rede, representado por cada indivíduo ou organização, detém foco, expertise, modelo de atuação e parceiros específicos, o que, por sua vez, traz o questionamento: como juntar todos para a ação conjunta?

O consultor também comentou sobre a definição e diferenças entre temas específicos e transversais. “Nós estamos habituados a pensar em temas específicos porque nas nossas organizações tivemos que delimitar a atuação. Mas, um tema específico não pode consumir toda a energia do grupo”, ressaltou Paulo. Apesar de os temas transversais apresentarem maior dificuldade no sentido de explicar para terceiros sobre a forma de atuação da rede, são úteis em momentos de atuação conjunta.

Para fechar o ciclo de planejamento, a rede está programada para realizar a terceira reunião com facilitação de Paulo Sabbag entre o final de abril e a primeira quinzena de maio.


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