A desigualdade social é o maior medo dos brasileiros, é o que aponta uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos. Intitulada “What Worries the World?” (“O que preocupa o mundo”), o estudo mostrou que 41% da população brasileira se preocupa com o tema da desigualdade social e pobreza, ocupando o 3º lugar neste quesito em um ranking com 29 países. No Brasil, o levantamento contou com mil participantes de 16 a 74 anos com acesso à internet. 

Não é à toa que a desigualdade social e a pobreza são aflições constantes na vida dos brasileiros. De acordo com relatório do Observatório Brasileiro das Desigualdades,  publicado em agosto de 2023, 7,5 milhões de brasileiros sobrevivem com R$ 150,00 mensais, realidade que atinge em cheio a vida de mulheres negras, maior grupo demográfico do país. “[Elas são] as que mais sofrem com o desemprego: em 2022, a taxa alcançou 14% para as mulheres negras, contra apenas 6,3% para os homens não negros”, diz trecho do documento.

Combate a fome é fundamental

“A desigualdade gera falta de acesso, falta de oportunidades, de desenvolvimento como indivíduo, gera violência, abusos – frequentemente praticados pelo próprio estado, exclusão social agravada e também gerada pelo racismo”, explica Marcelo Jambeiro, líder de mobilização de recursos e relações institucionais da Ação da Cidadania, fundada em 1993 com o principal propósito de erradicar a fome no Brasil. 

Marcelo Jambeiro relembra a volta do país para o Mapa da Fome e destaca o papel urgente das políticas públicas e dos diversos setores sociais, especialmente do investimento social privado (ISP), na busca por um Brasil menos desigual e que combata essa problemática. O mês de outubro marca duas datas mundiais que marcam esta luta, o Dia Mundial da Alimentação (16 de outubro) e Internacional de Combate à Pobreza (17 de outubro). 

“A fome e a desigualdade social são problemas complexos, que mexem com todos os setores da sociedade e requer comprometimento de todos os segmentos para sua erradicação. Afinal, um cenário de miséria e fome, esteja ele onde estiver, afeta socioeconomicamente todo o país e precisa ser amplamente combatido.”

Jambeiro menciona a atuação da Ação da Cidadania como um exemplo de possibilidades de combate a um problema que requer muitos esforços conjuntos. “O ISP tem papel fundamental na manutenção e expansão da atuação e impacto da Ação da Cidadania. Ele tem sido crucial no apoio a emergências e no financiamento de projetos estruturantes em prol à segurança alimentar”, enfatiza.