Novo associado GIFE, Instituto Diageo busca promover relação responsável da sociedade com as bebidas alcoólicas

Por: GIFE| Notícias| 13/01/2020

Promover uma relação responsável da sociedade com as bebidas alcoólicas é a missão do Instituto Diageo, novo membro do grupo de associados GIFE. 

Criado em 2018, o Instituto iniciou sua atuação em março de 2019, dando continuidade a programas já existentes na empresa, bem como criando novas iniciativas. Paulo Mindlin, gerente executivo do Instituto Diageo, explica que entre as motivações que levaram à criação da organização está o desejo de profissionalizar a gestão dos investimento sociais feitos pela Diageo. “Fizemos um processo de convergência e elaboramos um desenho estratégico compondo tudo o que a empresa já tinha e fazia juntamente com novas ações e investimentos identificados como relevantes.”

Apesar de não ser um pilar de estratégia de investimento, Paulo reforça que a governança é um ponto importante para o Instituto. Além desse, são três os quadrantes de atuação: combate ao consumo alcoólico nocivo e por menores, cadeia de suprimento e profissionalizante. 

Combate ao consumo nocivo 

O primeiro eixo versa sobre o consumo de bebidas alcoólicas por adolescentes e jovens. Para menores de idade, a política do Instituto é conscientizá-los sobre os motivos pelos quais não devem consumir álcool. Esse processo é feito a partir do programa Fala Sério, implantado atualmente na rede pública do Ceará, por meio de uma parceria com a Secretaria de Educação do Estado, com o objetivo de levar a iniciativa para 120 escolas. Cada uma recebe uma peça de teatro e, em seguida, realiza um bate-papo sobre a temática com alunos do Ensino Médio. Além disso, o Instituto articulou a criação de uma disciplina optativa de Artes Cênicas que também trata sobre a questão do consumo de álcool por menores de idade.

Quando se trata de combate ao consumo nocivo por maiores de idade, o Instituto foca seu trabalho no público universitário. “É uma idade em que as pessoas ganham mais liberdade que, às vezes, não vem acompanhada do mesmo grau de responsabilidade. Há uma grande concentração de consumo compulsivo e nocivo nesse público e entendemos que essa é uma questão que afeta a sociedade”, explica Paulo.  

A cadeia de suprimento 

No pilar cadeia de suprimento, o Instituto deu continuidade ao projeto Tecendo o Futuro – desenvolvido pela empresa há 20 anos -, capacitando artesãs no interior do Ceará que fazem a embalagem de palha da garrafa da cachaça Ypióca. “A Ypióca tem essa atuação há muito tempo e quando a Diageo comprou a marca isso foi considerado uma força, pois valoriza o artesanato regional.” 

Houve uma expansão do projeto com o estabelecimento de uma parceria com o Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa. As internas recebem capacitação, tanto no âmbito do artesanato com a palha de carnaúba, quanto no desenvolvimento de habilidades pessoais. “Atualmente, 30 internas participam do programa, mas temos perspectiva de chegar a 100. É um programa intenso de formação humana e técnica-profissionalizante. A cada três dias trabalhados, um dia é reduzido da pena. Além disso, elas recebem 75% de um salário mínimo e parte dele compõe um pecúlio que é para quando forem soltas.” 

É também no pilar da cadeia de suprimento que está o programa Glass is Good, que promove a reciclagem do vidro das embalagens de bebidas. Criado em 2010 por iniciativa de um funcionário da empresa, o programa começou a receber participação de outras empresas, inclusive de outros setores. Em abril de 2019, tornou-se uma iniciativa setorial a partir de uma parceria com a Associação Brasileira de Bebidas (ABRABE). Desde 2010, foram mais de 27 mil toneladas de vidro recicladas, 21 cooperativas e 196 bares e restaurantes envolvidos no processo.  

Profissionalização 

Em seu terceiro eixo de atuação, o Instituto Diageo promove a profissionalização de jovens com a formação de bartenders dentro de uma perspectiva da alta coquetelaria com o programa Learning for Life. Realizada nos países onde a Diageo opera, a formação tem aproximadamente 200 horas de duração destinadas ao desenvolvimento de habilidades para a vida, técnicas e para o mundo do trabalho. 

“O Instituto olha com bastante cuidado para esse programa dentro da perspectiva de impacto social. Fazemos ajustes periódicos no que se refere aos critérios de seleção dos alunos, por exemplo, para garantir que estamos selecionando as pessoas que realmente têm necessidade e apresentam potencial para aproveitar esse impulso. Nosso foco é qualidade para oferecer algo que transforme a vida dos jovens, não apenas uma pincelada de formação e colocação no mercado de trabalho”, afirma Paulo. 

Em 20 anos de programa, mais de 21 mil alunos foram formados. A ideia é que, formando 350 alunos por ano em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza e Recife, mais de 10 mil pessoas passem pelo Learning for Life na próxima década. 

Associação ao GIFE 

Apesar de ter sede em São Paulo, cerca de metade dos investimentos do Instituto Diageo são aplicados no estado do Ceará. Essa foi uma das motivações para o Instituto provocar o GIFE para a criação da Rede de Investidores Sociais (RIS) Nordeste. “Identificamos a necessidade de ter discussões com outros investidores sociais privados perto de onde acontecem os investimentos. O convite é para que organizações de várias regiões do Nordeste que tenham interesse em participar desse polo regional concentrador de discussões se organizem e se mobilizem.” 

Paulo afirma ainda que o Instituto vê o GIFE como um grande ponto de encontro e de discussão de questões intrínsecas ao investimento social privado (ISP) e troca de conhecimento e informações com outras organizações. “O Instituto Diageo acredita na visão de convergência do investimento social e de políticas públicas como o principal caminho para os investimentos terem uma escala, no mínimo, comparável ao tamanho das necessidades do país. Também entendemos que convergir com outros investidores é essencial, seja por pautas de interesse comum, temáticas de atuação ou por investimentos. É necessário ter com quem trocar, além de absorver visões que complementem e enriqueçam a nossa”, reforça. 


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